Na calada da noite de segunda-feira (24/10), o governo provisório da Libia enterrou em algum lugar remoto do deserto Líbio o corpo de Kadhafi. O governo pretendia com isso enterrar também o assunto das circunstâncias barbáras da morte do ex-ditador. E estranhamente para quem tem tanto apreço ao cumprimento às leis islâmicas, o respeito ao rito fúnebre foi desrespeitado, já que o corpo de Kadhafi só foi enterrado 4 dias após a sua morte.
Mas, ontem finalmente, a mídia internacional descobriu que Kadhafi foi "linchado." Novos vídeos surgiram, segundo foi dito, e os jornalistas deixaram de ser cegos e viram o "facão" com qual Kadhafi foi brutalizado, mas não viram ainda que o ex-ditador foi despido e posto nú no meio da rua de terra. Está abaixo o link de ontem do arauto do jornalísmo mundial, Financial Times (FT), que não me deixa mentir!
Libya's provisional authorities said they had finally laid the body of their former ruler to rest early on Tuesday amid increasing international and domestic questions about the manner of his death and the treatment of his ...
Na noite de ontem, o presidente norte-americano Barack Obama, deu uma entrevista à TV, no programa Tonight Show de Jay Leno, e disse: "Não se deve ter prazer com a imagem da morte de Kadhafi... mesmo quem fez 'coisas horríveis' merece decoro na hora da morte." Certíssimo, Sr. Presidente! E assim explicou também porque os EUA não divulgaram as fotos do corpo de Osama Bin Laden.
Contudo, uma notícia praticamente passou desapercebida. Ontem, uma explosão ne Líbia fez mais de 100 mortos e 50 feridos. Curiosamente a tal explosão misteriosa, acidental, segundo o governo de transição líbio, ocorreu justo em Sirte, a cidade natal de Kadhafi e onde ele teve seu triste fim.
Contou-se que a multidão fazia fila num depósito de petróleo para abastecer seus veículos, na maioria eram pessoas que regressavam à cidade após terem fugido, quando as forças rebeldes chegaram para derrubar o último bastião de resistência de Kadhafi. O confronto armado teve início por volta das oito da manhã (hora local) e derrotou as forças de Kadhafi em 90 minutos. Horas depois às 13:37h (hora local e 10:37 Bsb) o ex-ditador estava morto. Pois bem, a multidão estava lá e de repente uma faísca de isqueiro e BOOOM! Tudo explodiu, espalhando parte de corpos cremados para todo lado, uma verdadeira cena de horror. E, vamos ter que acreditar nessa história, até que novas explosões comecem acontecer pipocando aqui e alí.
Enquanto isso, na Tunísia, o partido islâmico "moderado" (eu adoro, esse adjetivo!) comemorava sua vitória.
Hoje lí que na Turquia a contagem dos mortos após o terremoto de magnitude 7.2, que atingiu o país no último Domingo (23/10), chegou a 461. Já a Tailândia está contando 366 mortos com contínuas inundações, causadas pelas chuvas brutais nunca antes vistas. Refrescando a memória de vocês, a semana passada a América Central estava alagada pelas chuvas torrenciais, numa calamidade que não se via desde a passagema de um furacão lá pela década de 80 do século passado.
As catástrofes ambientais estão aumentando tanto, que nenhum dos cientistas que contradiziam os relatórios dos defensores do meio-ambiente há um ano, conseguém dizer que "é um exagero, é tudo normal." Nesses últimos dias, eles tiveram que reconhecer que a situação não era bem o que pensavam, e que previam para acontecer só em 10 anos, as calamidade JÁ estão acontecendo.
Então, vamos concordar que a situação climática está complicadíssima e que poderá significar a perda de bilhões de dólares na econômia mundial e destruir o sistema agrário de países atingidos por essas catástrofes e, o pior de tudo, levar muitos deles à FOME. As consequências desse cenário apocalíptico são imensas, principalmente considerando que hoje a ONU anunciou que a população humana na Terra chegou a 7 bilhões de pessoas! Ninguém tem nada para comemorar com isso! Considerem que a maior parte dessas bilhões de pessoas está passando por severas necessidades de todo gênero, e, ao que parece, com o agravamento da crise econômica mundial desde 2008, o número de NOVOS-POBRES e NOVOS-MISERÁVEIS só vai aumentar. Não foi sem motivo que ontem o Vaticano gritava desesperado para mudar o sistema econômico mundial. Mas, só gritar não adianta nada, é preciso ser pragmático e buscar soluções viáveis.
Pois bem, desde Domingo último, os lideres europeus estão se engalfinhando por conta da crise econômica da União Européia. O presidente da França, Nicolas Sarkosy, teve um rompante napoleônico e partiu para cima do Primeiro-Ministro Britânico David Cameron dizendo: "Você perdeu uma boa oportunidade de ficar calado!... Estamos fartos de seu criticísmo e de nos tentar dar ordens!...Diz odiar o Euro, não quis entrar, mas agora quer interferir nas nossas reuniões" da zona do Euro. Ora, os aliados de ontem contra a Líbia, estavam arreganhando os dentes um para o outro, mal Kadhafi tinha morrido!
De volta para casa, Cameron encontrou uma bagunça armada, não só com a invasão da Catedral de St. Paul pelos que protestam contra a ordem econômica mundial vigente, ecoando a invasão de Wall Street, como também a rebelião dos seus aliados políticos eurocéticos, que racharam o Partido Conservador no meio! Cameron foi ao Parlamento, na segunda-feira para impedir a aprovação de uma moção apresentada para um referendo sobre as relações do Reino Unido com a União Européia. Gastou o verbo, falou horas e horas, o debate foi noite adentro e no final Cameron sofreu a maior derrota que um Primeiro-Ministro Britânico já passou desde a década de 1980, do século que se foi tarde. Trocando em miúdos, os insulares britânicos estão em pé de guerra com os europeus continentais, dando continuidade a tradicional disputa incansável de séculos e seculos. A metade dos britânicos quer sair da União Européia, quer também não ter que seguir as regras de "direitos humanos" vigente da UE. Por que será? Uma questãozinha besta de xenofobia, talvez, aversão aos estrangeiros, quem sabe. Uma ilha é uma ilha, mas tem toda aquela multidão de gente que tem acesso livre à Albion, advindas do tempo que ainda era Império e virou o Commonwealt (Comunidade Britânica). Realmente, ser "umbigo do mundo" não é fácil!
Nas vésperas da reunião dos chefes de Estado do Commonwealt, no próximo final de semana na Austrália, David Cameron não vai chegar lá muito poderoso, estará um tanto tosquiado politicamente e para complicar ainda mais, ele não achou nada melhor do que anunciar hoje que não vai comparecer à Rio+20! Confira a matéria da BBC, no link abaixo.
BBC News - Richard Black - 31 minutes ago
Prime Minister David Cameron will not be going to the Rio+20 Summit in Brazil next year despite his pledge to lead the "greenest ever government".
Prime Minister David Cameron will not be going to the Rio+20 Summit in Brazil next year despite his pledge to lead the "greenest ever government".
A desculpa para tal decisão temerária do Primeiro-Ministro Britânico foi que a comemorações do Jubileu de 60 anos de reinado da rainha Elizabeth II ocorrerão de 2 a 5 de junho de 2012, e a mais importante Conferência das Nações Unidas sobre o Meio-Ambiente desde a Rio-92 vai ocorrer nos dias 4, 5 e 6 de junho de 2012. Espera um pouquinho! A tradicional Trooping The Colour, o desfile oficial do aniversário do monarca, não é um festa móvel que ocorre num sábado perto de 10 de junho? Pois bem, em 2012, deveria ocorrer no dia 9 de junho, um sábado! Por que essa data fora de contexto da comemoração? Incompreensível que o governo britânico não tenha olhado a agenda internacional de compromissos para agendar a sua festança particular! Complicou não só a Rio+20, como a vida de vários chefes de Estado que deverão comparecer aos dois eventos!
É um absurdo, que neste momento crítico pelo qual mundo está passando em todos os sentidos, e em que a comunidade internacional tem que se unir para buscar soluções imediatas para os grandiosos problemas que deverão ser enfrentados nos próximos anos, em consequência de uma implementação desenfreada e descontrolada de uma sociedade consumista, que um líder mundial ao nível do Sr. David Cameron, se ache no direito de esnobar a conferência da ONU, Rio+20, desta maneira tão irresponsável. Triste papel esse para o Reino Unido, que sempre se manteve à frente em sua líderança mundial por sua capacidade de ajudar o mundo a superar suas dificuldades e caminhar em direção ao progresso. Que ninguém venha a se admirar que num futuro não tão distante, o Reino Unido venha a lamentar tal decisão, e o mundo em unissono venha a repetir as palavras de Nicolas Sarckozy, e quando os britânicos resolverem abrir a boca para ditarem regras de "como" deve ser feito isso ou aquilo, outros dirão em unísono: "Cala a boca, Magda!!!"
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