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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ECOS DE CANNES





             CANNES, 3 de Novembro de 2011



Dilma: "– Positivo! Vaí um remédio amargo aí?"
Hoje, no início oficial da reunião do G-20 em Cannes, chegando para o almoço regado ao bom vinho francês e delícias da culinária mais sofisticada do mundo, a presidenta Dilma Rousseff assim que chegou foi alardeando que o Brasil está pronto para aumentar a sua contribuição direta ao FMI, desde que   haja um compromisso firme para a tomada de soluções sustentáveis para a crise européia. O Brasil está no décimo sétimo lugar lugar, com uma contribuição financeira  ao FMI da ordem de 2,46% de suas reservas. 

Logo em seguida chegou o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e abordado pela agência de notícias Bloomberg, disse o seguinte: "Eu estou aqui para salvaguardar a economia britânica (...) Sejamos claros: quando o mundo está em crise, é correto considerar um aumento (dos fundos) do FMI, uma organização fundada pela Grã-Bretanha, na qual somos proeminentes participantes (...) O que não apoiaríamos é um investimento direto no fundo de resgate do euro. Isso não está certo e não apoiaremos. (...) As pessoas lá em casa estão desesperadamente preocupadas com seus empregos e com suas vidas, e é por isso que estão a olhar para esta cimeira... (...) existe aqui uma grande oportunidade, porque se o mundo conseguir unir-se e resolver alguns problemas, o pior dos quais é a crise da zona do euro, isso daria claramente um impulso à econômia britânica." Ora, ora, Sr. David Cameron, se o senhor falou isso, quem somos nós aqui de "là bas" (daqui de baixo) para discordar. 

Dinheiro mesmo, só os chineses parecem estar com disposição de colocar nas mãos dos europeus. Pequim disse hoje poderá contrubuir diretamente para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, com US$ 100 bilhões, que em verdade é uma migalha das resevas nacionais da China, que estão da ordem de US$ 3,2 trilhões. Segundo estimativas dos economistas, a China já detém US$ da dívida de países europeus, como a Grécia, Portugal, Irlanda e Espanha. Assim a  oferta da China está longe de atender a pretensão dos europeus, que desejam elevar o fundo de seus atuais US$ 314 bilhões para US$ 714 bilhões.

Todos os líderes pareciam alegres, brincando um com o outro como se estivessem uma festa. Obama segurava singelamente na mãozinha de Dilma (foto na notícia da UOL, depois sumiu) enquanto Cameron trocava palavrinhas ao pé do ouvido de Angela Merkel. Sarkozy fazendo as honras da casa mandou até melhoras para o amigão Lula, mas que ninguém falasse para ele da ajuda chinesa, que vinha um sonoro "Merde!"

Enquanto isso o primeiro-ministro grego Papandreu, entrava em pânico com o Cavalo de Tróia do referendo que criara, a UE decidiu fechar o cofre e não emprestar dinheiro, aguardando o referendo em 2012, o que provocou a metralhadora da oposição ao seu governo e na forte perspectiva de vir a perder o seu cargo, Papandreu acenava uma bandeira branca desesperada para Cannes, dizendo que já pensava na retirada da proposta de referendo. Sr. Papandreu, desculpa perguntar, qual é o problema ai no "berço milenar da Democracia"? Será que está sendo o mesmo que acabou com o século de Péricles e que tirou a vida do Sócrates, homem mais conhecido no mundo depois de Jesus? A nossa boa e milenar CORRUPÇÃO!!!! Pois é, como bem disse Sócrates: "aquele que deseja manter suas mãos limpas, deve mantê-las longe das coisas públicas."

TO BE CONTINUED...

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