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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

DIFERENÇAS DE EDUCAÇÃO

2 min - 2 dias atrás
Brazil's growing economy has lifted millions of people out of poverty, which means people like Osmar and Maria Ferreira can ...
bbc.co.uk





Expansão da classe C causa desconforto entre a 'antigaclasse média'


BBC Brasil - 9 nov. 2011
Acesso da classe C a novos serviços e opções de lazer faz surgir tensões com classe média 'tradicional' brasileira em balneários como Trancoso. ...

Como todos que tiveram curiosidade de ver a reportagem da BBC/UK, "Brazil's  growing middle class hits the beach," há um momento logo após o primeiro minuto da reportagem, em que Maria Ferreira começa a falar da discriminação dos ricos aos novos turistas  ascendentes à classe média, ela diz: "Eu espero que as pessoas ricas nos conheçam pelo que nós somos..." e ao final da reportagem Osmar Ferreira diz: "Agora os ricos vão ter que nos engolir." Eu ví a reportagem exibida na TV, e essa disponível na Internet foi devidamente editada cortando uma entrevista feita com frequentadores da exclusiva praia baiana de Trancoso, reduto do enriquecidos brasileiros. A entrevistada em questão era de uma "patricinha" (alcunha que damos às garotas brasileiras metidas a serem superiores aos outros e que só usam grifes de luxo famosas para ostentar status). A  metida a socialite estava toda arrepiada com a "invasão" dos novos frequentadores ascendentes à classe média, dizendo que eles não tinham educação, que precissavam se educadar. 







Eu mesma testemunhei esse tipo de descriminação feita aos recém chegados à classe-média, no início do ano quando fui passar uns dias num hotel-fazenda, nas proximidade de Monte Verde (MG), reduto de intelectuais alternativos paulistanos  aos novos-ricos  que infestaram a bucólica estância de Campos de Jordão (SP), a qual no passado fora reduto exclusivo e aristocrático do "crème de la crème" da sociedade paulistana. Alguns hóspedes sentiram-se tão aviltados com a presença deles, que resolveram ir embora. Eu, que fiquei lá por uma temporada de quinze dias, acabei me divertindo bastante com essas pessoas e pude conhecê-las como elas são, realmente muito mais divertidas e alegres, felizes com a vida e com tudo, e foi um prazer enorme compartilhar meus dias com elas, pois elas me fizeram sentir viva ao permitirem qye eu usufruisse de suas amizades descomprometidas e desinteresseiras, algo raro no meio em que vivo, em que as pessoas  estão mais interessadas no que o outro tem a oferecer que seja-lhes vantajoso. Verdadeiramente, foi uma delícia!


 A maioria das pessoas que me conhecem acha que eu sou "popular," "populista," e um tanto "socializante" em demasia, devido ao fato de eu tratar todas as pessoas da mesma maneira, com respeito e carinho, ou porque trato os pobres da mesmíssima maneira que trato os ricos. Isso foi me dito várias vezes em tom de crítica, não de elogio, basta dizer que até cheguei a perder empregos por causa dessa minha maneira. O melhor elogio que ouvi nesse sentido, foi de uma amigo querido, que disse que fosse eu pobre ou rica a minha maneira de ser e de tratar as pessoas permaneciam as mesmas.

Com certeza, isso se deve por eu ter sido educada ao tempo em que ainda estava em vigor os modos da "aristocracia quatrocentona tradicional paulistana." O que significa uma educação rigorosa e severa em que o peso da origem de uma pessoa valia tanto ou mais que o dinheiro que ela pudesse ter, assim como o comportamento das pessoas originárias dessa classe educada deveria ser responsável e dar um exemplo a ser seguido pelas outras classes. A elite da sociedade paulistana era de tal maneira fechada, que a discriminação de uma pessoa por um motivo ou por outro era uma prática comum. O movimento cultural de 1922 tivera como seu principal objetivo denunciar essa discriminação e por fim aos modos dos "quatrocentões paulistanos", os quais tinham os nomes de suas famílias na famosa "Genealogia Paulistana" escrita por Luiz Gonzaga da Silva Leme, em 1903, e relata desde o  início o cruzamento das raças européias com a indígena de São Vicente e São Paulo, a partir da chegada de Martim Affonso de Souza em Bertioga, no ano de 1532. Mas, como discriminação não combate discriminação, tudo continuou como era antes.

Para entender-se essa maneira dos "quatrocentões paulistanos", é preciso compreender o papel dos paulistas na história do Brasil. Houve um tempo em que os paulistas tinham domínio sobre o território do Estado do Paraná, tiveram também um papel fundamental na fundação do Estado de Minas Gerais, assim como foram responsáveis pela expansão do território brasileiro para o oeste e norte, avançando sobre a linha do Tratado das Tordesilhas e finalmente com fim do tratado o Brasil adquiriu as dimensões territoriais que praticamente tem hoje. Assim, um reconhecimento histórico tem que ser  dado aos bandeirantes paulistas por sua coragem destemida e sua contribuição ao Brasil. 


Ocorreu que por ocasião da vinda da Família Real portuguesa para o Brasil, no início do século XIX, o Rio de Janeiro ascendeu à posição de destaque no cenário brasileiro e internacional, e deu início a uma silenciosa discriminação entre a elite carioca do Rio de Janeiro e a elite "quatrocentona paulistana", esta última considerada sem nobresa suficiente, o que levou os paulistas a não se vergarem à nobresa portuguesa, e não foi por mero acaso que a Independência do Brasil foi proclamada a beira do rio Ipiranga, nas proximidades da vila de São Paulo, e muito menos que a proclamação da República tenha sido fruto de uma conspiração liderada por paulistas. Digamos, assim, que os paulistas possuiam uma espinha de aço, e tanto orgulho por isso que não se vergavam ou faziam reverência aos que exigiam isso por direito de nascimento ou em razão do poder político ou financeiro que pudessemm ter. Inclusive os paulistanos "quatrocentões" que ousaram fazer rapapés e receberem títulos de nobresa da Família Real portuguesa, acabaram sendo também discriminados e desprezados por seus iguais.

Pois bem, até os anos de 1980, a tradição "quatrocentona" comandou a educação dos integrantes da aristocracia da sociedade paulistana, assim como ditou o "quem era quem" em São Paulo. E, assim o foi porque os "quatrocentões" eram muito cautelosos e apegados a seus princípios. A  principal razão para esse comportamento foi queo  Estado de São Paulo recebeu um número sem fim de imigrantes a partir de 1888, com o fim da escravatura e depois com a II Guerra Mundial veio imigrantes de toda parte do mundo e ainda tiveram os próprios migrantes brasileiros e todos chegavam em busca de uma nova vida, trazendo modos estranhos à cultura paulistana. Nos anos de 1970, a cidade de São Paulo virou o "coração do Brasil" e o Estado de São Paulo a "locomotiva" do progresso brasileiro gerando a maior parte do Produto Nacional Bruto (PNB) do país. Assim, o tempo dos "coronéis do café" deu lugar ao tempo dos "capitães de indústrias" e com eles vieram os "novos-ricos," aqueles que não eram "educados" segundo os costumes sóbrios e severos dos "quatrocentões."


A partir de 1950, começou a surgir na cidade de São Paulo a "sociedade meritória," compostas por pessoas de diversas origens, que tinham mérito porque sabiam "ganhar dinheiro." Os "novos-ricos," como eram chamadas essas pessoas, passaram a se introduzir na elite quatrocentona casando-se com os seus membros, porquanto as perdas financeiras de 1930 tinham abalado as fortunas  "quatrocentonas" e o único poder que os "quatrocentões" ainda detinham era devido a "origem aristocrática," Logo, o casamento era uma maneira de unir os interesses de ambos lados de maneira agradável. 


Assim, nos anos de 1980, consolidou-se em São Paulo a "elite social meritória," já não se perguntava mais "você é filho de quem?" mas sim "você faz o que?" E, é exatamente esse processo do contexto da "sociedade meritória" paulistana, que passou a puxar a ascenssão dos novos-ricos deseducados para seu novo status aristocrático. 


Ora, para quem vivenciou o passado "quatrocentão" paulistano é muito divertido testemunhar o atual ressentimento da "elite meritória," que se alastrou pelo Brasil, com a chegada dos novos-classe média brasileiros. Pois, do mesmo modo que no passado os "quatrocentões" se ressentiram com a chegada dos "novos-ricos," eles agora são os ressentidos do momento, e portam-se como se tivessem esquecido de suas origens, de sua falta de educação e de sua falta de berço e consideram-se o suprassumo dos bem educados. Será que são mesmo? O que Marcelino de Carvalho, o papa da educação social dos "quatrocentões" diria disso? Certamente ele diria um sonoro NÃO!


Os "novos-ricos" nas últimas décadas contaram com uma nova safra de educadores sociais para aprenderem a se comportar socialmente e não sairem cometendo gafes por aí.  Contudo, a maioria dos novos ditadores de regras sociais não era oriunda da "aristocracia quatrocentona," tal como Marcelino de Carvalho, e acabou ditando um padrão de comportamento social um tanto conveniente à falta de educação dos novos-ricos brasileiros e, diga-se, bem distante das normas de "bom tom" praticadas no chamado "mundo educado" internacional. Assim, os oriundos da "classe meritória" são facilmente reconhecidos no exterior pela sua falta de modos, ou seja, de educação. Ora, se esses endinheirados brasileiros são discriminados lá fora justo pela falta de educação, qual o direito deles de dentro do Brasil acharem-se no direito de discriminar os novos-classe média? Eles são os próprios rotos falando dos esfarrapados!


As diferenças de educação originadas das diferenças culturais das sociedades existem desde que o mundo é mundo. O ato de "discriminar" tem sua raiz no desejo do ser humano de ser sempre melhor do que o outro e logo de "invejar" o outro. A discriminação invejosa está lá presente na milenar história de Caim e Abel, ela transcende o tempo e chega incólome ao presente. Essa "inveja" é a origem do mal que assola a sociedade humana e explica o fato da História ser contada através de sucessivas guerras e de revoluções sociais sanguinárias, onde a irrigação do progresso humano é feito com o derramamento de sangue. Mas, essa descrição corresponde ao modo mais dramático de diferenças de educação, existem outras práticas mais sútis de descriminação e menos violentas, tal como a de distribuição de honras que diferenciem um indivíduo do outro.


A prática de distribuições de honras foi adotada como um mecanismo de discriminação ao tempo do Império Romano, depois veio a ser usada como método de pacificação dos povos bárbaros que invadiram à Europa, quando o Império Romano trasvestiu-se de Império Cristão e saiu elevando os chefes bárbaros a reis com direitos divinos, durante a Idade Média. Os títulos de nobresa papal se proliferaram na Europa, ao mesmo tempo os novos reis também distribuiam seus títulos de honra, dando nobresa aos seus apoiadores. Assim, criou-se duas formas de títulos de nobresa os que eram de origem papal de Roma e os "outros." Por essa razão, no tempo do Sagrado Império Romano Germânico, havia no seu território o maior número de "princípados" de toda a Europa, consequência  da  sua estreita ligação com Roma. Quando veio a Reforma e o movimento protestante, surgiu então a distinção entre os títulos nobiliárquicos: os "desprezíveis" de origem papal de Roma e os das monarquias seculares, mas no final contas todos possuiam a mesma origem: o Império Romano.


Pode-se atribuir ao rei da França Luís XIV (1638-1715) a criação da mais sofisticada forma de discriminação: as regras de comportamento social. O intuito dessas regras de educação era de estabelecer um padrão comportamental na sua corte, facilitando o relacionamento entre os seus frequentadores e eliminar os constrangimentos causados pelas diferenças de educação. O sucesso no uso dessa padronização comportamental foi amplo e irrestrito, tornando a corte francesa a mais refinada de toda Europa e refletora perfeita do grandioso poder que Luís XIV detinha. Não foi portanto de espantar que todas as cortes européias passassem a adotar os novos "modos" comportamentais franceses, tal como o uso de talhares e pratos para se comer, a proibição de se guspir ou vomitar nos salões, e outras tantas coisinhas, que acabaram com a falta de modos barbáros. Logo, se pode concluir que as regras de comportamento social se mostraram extremamente úteis para um melhor relacionamento entre as pessoas. Um dia eu ouvi a Glórinha Kalil, consultora de comportamento, dando uma entrevista na TV Globo em que disse: "A educação é como um algodão entre dois copos de cristais, que impede que eles venham a se quebrar quando  juntos." Não poderia ter melhor alegoria ao que a "educação" realmente é.


O dinheiro não iguala as pessoas, o poder também não, a única coisa que poderia igualar as pessoas seria a nudez e mesmo assim devido aos atributos físicos naturais, em razão do que é agradável ao olhar, da beleza, ou dos atributos intelectuais ou ainda dos atributos de força física e moral as pessoas continuariam sendo diferentes entre si. Igualdade absoluta entre as pessoas só na morte mesmo, a qual é comum a todos. Não há como eliminar as diferenças entre as pessoas, elas existem e sempre existirão. Só há uma meio de superar essas diferenças, através da EDUCAÇÃO. Mas, não digo  educação em seu aspecto formal intelectual ou quanto a comportamentos sociais, é preciso ir muito além, É PRECISO TER EDUCAÇÃO DE ALMA.


E o que é ter "educação de alma"?  Para explicar isso ninguém melhor que Jesus. Ele diz o seguinte numa passagem do Evangelho de Lucas: "Vós, fariseus, limpais o que está por fora do vaso e do prato, mas o vosso interior está cheio de roubo e maldade! Insensatos! Quem fez o exterior não fêz também o conteúdo? Dai antes em esmola o que possui, e todas as coisas vos serão limpas."(Lc 13:39-40) No evangelho de Mateus, Jesus disse: "Observai e fazei tudo como eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem. Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo. Fazem todas as ações para serem vistos pelos homens... Gostam dos primeiros lugares nos banquetes... Gostam de ser saudados em praças públicas... O maior dentre vós será vosso servo. Aquele que se exaltar será humilhado e aquele que se humilhar será exaltado." (Mt. 23:2-11)


Ora, ao tempo de Jesus, os fariseus formavam a elite judáica e praticavam a descriminação em todas as coisas que faziam, exaltando as diferenças de educação entre eles  e o resto do povo judeu e entre todos os outros povos. Os farizeus exigiam dos outros o que não exigiam de si mesmos. Eles eram arrogantes e tratavam mal a todos, pois se consideravam melhores que os outros, mais donos da verdade que os outros, acima de qualquer um. Os fariseus são para Jesus o pior exemplo de pessoas, aquelas que se mostram uma perfeição na aparência e carregam um coração torpe sem compaixão e misericórdia dentro do peito.


Eu costumo dizer que se fosse possível ver o que está dentro do coração das pessoas e a nudez de suas almas fosse exposta, as pessoas não sairiam às ruas de vergonha! Sim, porque a maldade humana é uma aberração monstruosa! O indivíduo contemporâneo consagra-se como um "Dorian Gray," o personagem de Oscar Wilde, que tinha a aparência de um deus grego, mas seu retrato guardado num sombrio sotão revelava a sua verdadeira aparência sórdida. Grande é o número de pessoas que endossa as palavras do apresentador TV norte-americano Bill Maher (Real Time - HBO), que disse: "O mais forte jamais deve puxar o mais fraco para cima, porque o mais baixo o puxará para baixo." Quando na verdade é o dever moral do forte puxar o mais fraco para cima!


Mais do que nunca em qualquer época, o ser humano despreza e discrimina impiedosamente aqueles que considera inferiores e mais fracos. O resultado disso nós estamos podendo ver nas imagens de TV diariamente, com o crescente aumento da violência em razão direta do crescimento da prática da discriminação. A coisa está chegando tal ponto que até a Natureza está se voltando contra essa raça parasitória humana! 


Esse aumento descontrolado do desentendimento entre as pessoas esta se dando não por falta de educação formal, pois nunca esta foi tão disponível às pessoas, mas, tão apenas pela falta de "educação de alma." Se as pessoas gastassem o tanto de tempo que gastam e investem em sua aparência e para se distinguirem na multidão em um real esforço para se tornarem pessoas melhores, mais humanas, mais solidárias e mais tolerantes com as diferenças que nos separam, certamente a maior parte dos problemas lamentáveis que dominam nosso mundo atualmente estariam resolvidos. Mas, não, os de corações  frios pela inveja, invejam até os pequenos sucessos alcançados alcançados por aqueles que desprezam e se eles pudessem fariam qualquer coisa para tirar desses a sua pequena felicidade.


Portanto, nós devemos refletir mais sobre a "educação," num conceito mais amplo, principalmente no que diz respeito aos relacionamentos humanos, na maneira que cada um de nós pode contribuir para tornar mais agradável a convivência humana. Para que isso aconteça só há uma solução, a que todo aquele que se diz seguidor dos ensinamentos de Jesus, passe a praticar seriamente a suas palavras: "AMAI AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO! AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMO!" 


Creiam-me só o amor pode salvar-nos do mal que corrói nossos corações, a nossa miserável inveja de nossos semelhantes. E, ao nos salvarmos de nós mesmos estaremos salvando o Mundo de nós! 


Fica aqui a sugestão, que tal sorrir mais, comprimentar as pessoas, agradecer ao serviço prestado, ajudar sem que ninguém tenha pedido e, sobretudo, ter sempre BOA VONTADE? Fazendo isso, em breve teremos uma multidão sem  fim de pessoas felizes, alegres e de bem com a vida. Experimente, AMAR É BOM! E, AMAR SEM RESTRIÇÃO, O SEU PRÓXIMO É MELHOR AINDA!  



SAIBA MAIS:

20/09/2012

É com imensa alegria que retorno a esta postagem para fazer  sua atualização com a ótima notícia que oficializa o crescimento da classe média brasileira nos últimos anos. Esse progresso é sem dúvida um motivo de grande alegria para todos nós que desejamos a diminuição da desigualdade social brasileira e almejamos um país justo e com chances de progresso para todos.

Parabéns, Brasil! 




Nova classe média: metade dos jovens estudou mais que os pais

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